segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Seleção 'paulista' de Dunga pode amenizar histórico de vaias

(UOL Esportes) A cidade de São Paulo sempre foi exigente com a seleção brasileira. Tanto que existe um histórico de cobranças que norteia a relação da capital paulista com o time pentacampeão do mundo. O elenco do técnico Dunga, no entanto, chega para o confronto de quarta-feira, contra o Uruguai, no Morumbi, com 13 "paulistas".

Esse é o número de jogadores que compõem a última convocação e fizeram sucesso em clubes paulistas. São cinco são-paulinos (Josué, Júlio Baptista, Kaká, Luís Fabiano e Mineiro), quatro santistas (Alex, Diego, Elano e Robinho) e um palmeirense (Vágner Love). Além de Gilberto, campeão no São Caetano, e Doni e Kléber, ligados a dois clubes (Santos e Corinthians).

"Essa identificação com São Paulo certamente vai ajudar os jogadores, mas é importante a torcida ter um pouco de paciência com todos. Será um jogo complicado e será mais fácil se o torcedor apoiar, como no Maracanã", declarou Vágner Love, lembrando a goleada por 5 a 0 sobre o Equador, no Rio de Janeiro.

A seleção brasileira teve duas passagens relativamente recentes pelo Morumbi que são emblemáticas quando o assunto é a cobrança paulista. Em 1993, nas eliminatórias para a Copa de 1994, o Brasil passava por um momento complicado e foi jogar no estádio contra o Equador, sob o comando de Carlos Alberto Parreira.

Diante do bom momento de Telê Santana com o São Paulo, a torcida pediu a presença do treinador. E mais: vaiou Dunga, hoje técnico da seleção. O ex-volante, porém, marcou o segundo gol da vitória por 2 a 0 e recebeu o apoio do agora seu auxiliar-técnico Jorginho. Parreira mais tarde conquistaria o Mundial dos EUA.

Outro atrito famoso entre paulistas e seleção aconteceu em 2000, já pelas eliminatórias da Copa de 2002, vencida pelo Brasil. Sob o comando de Leão, os jogadores ouviram muitas vaias e viram os torcedores jogarem as bandeirinhas distribuídas no gramado. O gol de Roque Junior deu a vitória sobre a Colômbia.

"A gente não espera isso não. Em qualquer lugar do Brasil o que sempre esperamos é o apoio e o carinho do torcedor", disse Gilberto.

O fato é que existe a iminência de uma pressão do público paulistano pelo goleiro Rogério Ceni no gol do Brasil. Considerado por muitos o melhor brasileiro na posição, o são-paulino não teve chance com Dunga. E está fora dos planos.
"Não acredito que os jogadores que atuaram em São Paulo receberão mais apoio do público. Se a seleção brasileira se apresentar bem vai ganhar aplausos, se for mal será cobrada", analisou o craque Kaká, revelado pelo clube do Morumbi.

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